Procuraste, procuraste
Nada encontraste por detrás dos
armários
Quem escondeu foi o mesmo que te
corrompeu
Que te roubou o olhar enigmático de
seda
De cada vez que olhavas para além
daquela chaminé encarvoada
Em busca do Pai Natal que não chegava
O galo cantou, a aurora chegou e tu
ali permanecias
Dormitavas à lareira onde o café se
fazia numa cafeteira
Perdeste o encanto envolto no manto
róseo de franjas delicadas
Soltaste um grito de gato assanhado
que está acorrentado:
- Eu aqui declaro que nunca, nunca
mais me visto de azul claro
Para esperar por um velho de barbas
brancas vestido de encarnado.
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MCéuNeves