quinta-feira, janeiro 17, 2008


“Vontade”

Chama-se Vontade.
É uma senhora com “S” maiúsculo.
Idade? Milénios ou… talvez mais. (perceberam o “S” maiúsculo? Há sempre uma razão para que possa haver diferenciação. Não é uma senhora qualquer, é Uma Senhora mui respeitável).
Profissão? Viajante. E se ela viaja!!!... é incansável, brincalhona!!!
É uma amiga fiel. Podemos contar-lhe todos os nossos segredos que ela não os contará nunca a ninguém.
No entanto necessitamos de estar sempre alerta.
Temos que a tratar bem, dar-lhe atenção, poli-la para que sempre esteja forte, potente, alegre e bem disposta.
Se nos distraímos, ela foge, dá-nos a conhecer o seu lado infantil. Adora jogar “À Apanhada” e “Às Escondidas”. É mesmo brincalhona!
Não é como as crianças que ficam ansiosas para dar a conhecer o seu esconderijo.
Se demoramos a encontrá-la, ela hiberna.
Aí então ficamos à toa. Ela não emite sons, nem bate palmas. Safadinha… às vezes decide abrir um olho e ver o que se passa à sua volta.
Quando isto acontece ela emite luz e só assim a conseguimos entrever.
Temos que estar atentos a estes breves momentos porque são de facto especiais.
Devemos aplaudi-la de imediato, sorrir-lhe.
Estes são os seus alimentos predilectos para a conquistarmos e conseguirmos trazê-la de volta à actividade.
É uma alegria tê-la de novo desperta. Sabe bem, dá-nos energia, renovamos as forças que nos conduzem a cada dia.
A tristeza foge e a força da Vontade instala-se.
Bem vinda!

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segunda-feira, janeiro 14, 2008

“Em Silêncio”
Em silêncio dirijo-me para novas paisagens da minha imaginação. São quadros pintados a preto e branco ou coloridos por onde vou vagueando, sem pressas.
Uns atormentam-me e logo os apago, afasto, outros captam o meu interesse.
Tento fixá-los, aprofundá-los em cada pormenor, só que quase sempre se escapam, sem que tenha tempo de os registar. São fugazes, porém intensos quadros que vislumbro.
Pequenas telas que se mostram aos meus olhos em breves instantes, tal como as fracções de segundos dos disparos de uma câmara fotográfica.
De cada vez que estas “fotos” me surgem, questiono-me como poderei passá-las ao real, pintá-las… são tão breves que não me dão tempo de as registar.
Umas sorriem, são alegres, outras contorcem as caras, semblantes estranhos, esgares.
Como registá-las se elas estão em contínua mutação?
Registar em papel ou tela tanta mudança é uma façanha porque a velocidade é tal que nem a memória tem tempo de as memorizar.
E em silêncio regressei às palavras. Estas sim, dão conta de mim e fazem-se registar.

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