segunda-feira, março 07, 2011

“Os Meus Sapatos”


O que vem, o que vai, o que fica

Desta amiga bonita que trago dentro de mim

Sapatos engravatados,

Que pisam soalhos molhados

Que riem, troçam de mim

Escondem-se agasalhados

Com medo de tantos ratos

Que por ali andam, sempre à espreita

Aguardam a cada esquina

Um resvalar, daquela doce menina

Que me acompanha na vida

Eles matreiros atacam

Retiram atilhos, desapertam os sapatos

Correm soltos e aflitos

E pelo meio de choros e gritos

Vencem todas as batalhas

Regressam ao seu sossego

E dizem-lhe: Não tenhas medo.

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