Li-te sem te
ter lido
Conheci-te
sem te conhecer
Porque me
mostraste os vôos brancos da tua águia
Porque vi as
asas negras do morcego numa gruta a hibernar
Porque
estiveste sem estar
Porque
tiveste que partir sem nada deixar
Por onde
andas a ver o sol?
Por onde andas perdido, ou talvez não…
Por onde andas perdido, ou talvez não…
Por entre as
cordas da tua viola,
Por entre os
saltos das teclas a “pianar”?…
Quisera
saber sem o saber, sem contudo te perturbar.
Talvez sim,
ainda existas
Talvez não,
não tenhas partido
Porque te
vou relembrar
Reler o que
não li
Ver o que
não vi
Cantar o que
sonhei
Com que me
iludi, me embriaguei
Que um dia
tive sem ter e que guardarei
Talvez sim…
ou talvez não.
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