Pedra que se possa quebrar
Nem terra para enlamear.
Sou uma alma deserta
Num corpo nu, encoberta
Suspensa numa ilha deserta
Que ninguém quer amar.
Sou a solidão que me pesa
Do solo ao universo
No restolhar da folhagem
Nos recantos ermos, terrestres
Nas abóbadas celestes
No infinito disperso
Que teima por aqui andar,
A vaguear…
Sem sono, esperança, quietude
No meio desta amplitude
Que se chama verdejar.
E se alguém quiser aclamar
Aquilo que a semente deu,
Escusa de perder seu tempo
Pois eu não vou reclamar
Daquilo que não nasceu.
Sou terra de pedra dura
Que se puxa, torce ou se empurra
Consoante as ondas do mar.
Sou pó branco, róseo, castanho
Que se molda ou se enruga
Que se esfuma ou que perdura.
Dentro do meu coração existe
Uma moldura de tamanho infinito
Que decidiu expressar-se
Por ele se sentir aflito
Apenas e só…
Eu GRITO.
Copyright © 2012 by MCéuNeves
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